O golfe se despede de Fumio Horii, idealizador do campo do Paradise, em Mogi

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Nascido em 23 de dezembro de 1933, em Hiroshima, no mesmo dia em que veio à luz Akihito, imperador do Japão de 1989 a 2019, antes de abdicar em favor de seu filho Naruhito, Fumio Horii estava destinado a grandes realizações em sua passagem pela Terra, encerrada neste domingo, 17 de maio, aos 87 anos, vítima da Covid-19, após mais de um mês internado no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo.

Fumio Horii chegou ao Brasil em 1937, quando tinha apenas três anos de idade, junto com sua família, que graças à imigração escapou de uma das maiores tragédias da humanidade, a explosão da primeira bomba atômica, que matou de 80 a 140 mil pessoas em sua cidade natal. A família de Horii fixou-se primeiramente em Ribeirão Preto (SP), mudando-se para Santo André, no ABC paulista, até se mudar para Mogi das Cruzes, em 1952, onde ele faria história.

Legado – Para os golfistas, o grande legado de Horii é o campo do Paradise, em Mogi das Cruzes, filiado à Federação Paulista de Golfe (FPGolfe), que hoje já tem 36 buracos e funciona ao lado do hotel que ele construiu e hoje está arrendado para o Clube Med, onde funciona um de seus mais concorridos Villages. Mal aprendeu golfe Horii decidiu construir o campo, com design seu. A obra começou com alguns buracos em volta de sua casa, até virar um dos melhores campos do estado de São Paulo.

Mas o que levou Horii, de uma família de agricultores, a despontar como um grande empresário foi a descoberta em suas terras de caulim, mineral que tem como principal ingrediente silicatos hidratados de alumínio, muito utilizado na fabricação de produtos cerâmicos, refratários, vidros, louças sanitárias, produtos farmacêuticos e muitas outras atribuições. Sua história é contada no livro “Rei do Caulim – Fumio Horii – Minha História de 80 Anos de Imigrante no Brasil”.

Da agricultura à mineração e ao golfe – Na época do lançamento do livro, Horii contou um pouco de sua saga. “Como todos sabem, vim de uma família de agricultores, começando a minha carreira há pouco mais de 60 anos em Mogi das Cruzes”, disse. “Comecei com a agricultura, depois fui para a mineração, onde continuo até hoje, e de alguns anos para cá construí um campo de golfe e o hotel Paradise, conta Horii.

“Quando quero alguma coisa, vou até o fim”, garantiu Horii. “Os meus projetos eu idealizo na minha cabeça e antes de terminar já sei como será a obra acabada e foi assim que sempre fiz na minha vida”, disse Horii, que agradeceu seus pais, Isamu e Yoshimi, e seus antepassados “que me trouxeram ao Brasil para que eu pudesse trilhar este caminho”.

Fonte: O Portal Brasileiro do Golf