Entenda o novo Ranking Mundial Amador e como ele já impacta os brasileiros

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Na virada de 2019 para 2020, o R&A e a USGA, que juntos administram o Ranking Mundial Amador de Golfe (WAGR), decidiram modificar radicalmente o método de cálculo da pontuação dos jogadores de forma a deixá-la mais objetiva, ágil e, sobretudo, mais atual, fazendo que os pontos das 52 semanas mais recentes passassem a valer mais do que os pontos das 52 semanas seguintes, que agora perdem valor semanalmente. O cálculo de pontos leva em conta os resultados das últimas 104 semanas (dois anos corridos). Muitas das novidades foram inspiradas no Ranking Mundial Oficial (OWGR), o ranking dos profissionais, que já está bem azeitado.

Para os quase 10 mil amadores de todo o mundo que têm pontos no ranking mundial (mais de 6.500 homens e 3.100 mulheres, incluindo 35 brasileiros (27 homens e oito mulheres), os efeitos foram imediatos. Golfistas que obtiveram bons resultados nos torneios das últimas 52 semanas (no caso, o ano de 2019), como Andrey Xavier, Gui Grinberg e Lauren Grinberg, ganharam posições, enquanto outros que não jogaram tão bem nos último ano, mas tinham bons resultados anteriores, caíram bastante no ranking, caso de Fred Biondi, Lucas Park, Matheus Park, Bia Junqueira, Fernanda Lacaz e Ana Sung Marques. Isso acontece porque agora os resultados das 52 semanas mais antigas (as do ano de 2018, nesse caso), passaram a perder aproximadamente 2% de valor por semana, até zerar no aniversário de dois anos do resultado.

Sobe e desce – Quem mais se beneficiou da mudança de cálculo, batizada de “Power Method”, entre os sete brasileiros mais atuantes em torneios masculinos do WAGR (veja tabelas no final), foi Andrey, que ganhou 61 posições na virada do ano e depois deu mais um bom salto ao vencer o Junior Orange Bowl, na primeira semana de janeiro. Andrey começou esta semana como 246º do mundo, 99 posições melhor do que no final de 2019. Quem mais subiu no feminino, mesmo sem jogar, foi Lauren: 83 posições, pois vinha de bons resultados no final do ano.

Já quem mais perdeu posições entre p último ranking de 2019 e a segunda semana de 2020, quando o novo ranking passou a ser efetivamente divulgado, foi, no caso dos homens, Lucas Park, – 428 posições. A seguir estão Biondi (-284), Matheus Park (-171) e Thomas Choi (-161). No feminino as que mais caíram foram Fernanda (-259), Bia (-234) e Ana Sung (-230).

Mais mudanças importantes – A partir deste ano, outras mudanças serão sentidas. Agora não há mais a classificação de torneios em oito categorias (Profissional, Elite, A, B, C etc.), que engessavam o evento em uma faixa de pontuação. Já a partir de janeiro, pontos totais de um torneio passaram a ser calculados com base na “força” dos jogadores inscritos. Quando mais bem ranqueados forem os jogadores de um torneio, mais pontos ele dará. Quanto mais jogadores participarem, também. Da mesma forma, o confuso cálculo de pontos por rodada foi abandonado, com os golfistas passando a pontuar somente pela “força” do torneio e pelo seu resultado final.

Também ficou mais fácil entrar para o WAGR, a partir de 2020. Agora, não é mais preciso vencer um torneio, embora isso continue garantindo a entrada no ranking. Todos que conseguirem uma pontuação de 6,5 pontos num evento entram para o ranking mundial, independente de terem vencido ou não. Nos torneios de menor força, o campeão ganha por volta de 7,5 pontos. Foi o que aconteceu com Tomas Afonso Ribeiro ao vencer sexta-feira, 17 de janeiro, o Juvenil do Estado de São Paulo. Em outros casos, o vice-campeonato bastará para somar os 6,5 pontos e entrar para o WAGR. Em torneios mais fortes, como o LAAC encerrado domingo, no México, que teve “força” 600, todos até o 17º colocado entrariam para o WAGR, caso ainda não estivessem. Gui Grinberg e Andrey Xavier, que terminaram em 13º, ganharam 7,310 pontos cada.

Pontuação Máxima – Nos mais fortes torneios exclusivos para amadores o campeão pode ganhar até 25 pontos. Andrey, ao vencer o Orange Bowl, torneio de “força” 250, ganhou 11,9 pontos. A “força” máxima possível um torneio só de amadores é de 1.000. Nos eventos profissionais a “força” máxima pode chegar a 3.000.

Também agora há um novo divisor mínimo para quem entra no ranking ou tem poucos torneios válidos, que é de 8 para os homens e 7 para as mulheres. Para continuar fazendo parte do WAGR após entrar nele é preciso ter ganhado ao menos 4 pontos nas últimas 52 semanas, critério mais difícil do que antes, quando bastava ter jogado um torneio do ranking nas últimas 52 semanas e ter pontuado – qualquer ponto – nas últimas 104 semanas. Todos os que já estavam no ranking terão até o final de 2020 para somar o mínimo de 4 pontos e continuar nele.

Score máximo – Algumas coisas não mudam. Embora tenha acabado o bônus diário de pontos com base no RSS (Ranking Scratch Scores), existente até 2019, o máximo de seis tacadas por rodada (18 acima num torneio de três dias) continua sendo exigido para o resultado do torneio ser aceito no ranking mundial. Da mesma forma continua valendo o número mínimo de competidores inscritos para um torneio ser aceito no WAGR: 10 para os homens e 8 para as mulheres, tanto em eventos de Stroke Play como de Match Play.

Com o novo sistema de cálculo, que fará o ranking mundial amador de golfe – após um período de ajustes – deixar de oscilar tão brutalmente de sua semana para outra, como vinha acontecendo, é grande a quantidade de torneios importantes ao redor do mundo, incluindo os da USGA e do R&A, que passarão a dar ao menos parte das vagas em seus eventos conforme a classificação dos jogadores no ranking mundial. Para quem quer construir carreira, nunca foi tão importante estar no WAGR e galgar posições.

WAGR no Brasil – No LAAC (Latin America Amateur Championship), encerrado neste domingo, 19 de janeiro, quase 100% das vagas foram determinadas pelo WAGR. Todos os seis brasileiros que jogaram eram os seis mais bem colocados no ranking na data de inscrição. Felizmente para os amadores do país haverá 21 torneios válidos para o WAGR no Brasil, em 2020, sendo 10 deles em São Paulo. O primeiro torneio do ano do WAGR no Brasil foi o Juvenil do Estado de São Paulo.

Fonte: O Portal Brasileiro do Golfe