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Ainda faltam 20 meses para os times dos EUA e Europa se enfrentarem no Hazeltine National Golf Club, em Chaska, Minnesota, de 27 de setembro a 2 de outubro, mas a Ryder Cup de 2016 começou para valer nesta quarta-feira, quando ficaram conhecidos os dois capitães da competição bienal entre os melhores profissionais de golfe dos dois lados do Atlântico. A Europa, que chegou a cogitar o espanhol Miguel Angel Jimenez para o cargo, decidiu-se pelo norte-irlandês Darren Clarke, no mesmo dia em que a imprensa americana antecipava que Davis Love III seria o capitão escolhido pelos EUA.

"Estou, evidentemente, muito orgulhoso, pois esta competição significa muito para mim, para minha vida e carreira, razão pela qual é uma imensa honra", disse Clarke em nota site oficial da Ryder Cup. O golfista norte-irlandês venceu por cinco vezes a Ryder Cup e foi vice-capitão nas edições de 2010 e 2012, vencidas pela Europa, que vai tentar o tetracampeonato nos EUA e sua sétima vitória nos últimos oito confrontos. De 2002 a 2014, os EUA só venceram uma vez, em casa (as sedes se alternam), em 2008, no Valhalla Golf Club (Louisville, Kentucky), quando Paul Azinger era o capitão e Nick Faldo comandava a Europa.

Elogios - A escolha de Clarke, de 46 anos, era considerada obvia por muitos. O campeão do British Open de 2011 foi muito elogiado por ser trabalho nas vitórias de 2010 e 2012, e tem o apoio dos principais cabos eleitorais, os jogadores. Rory McIlroy, Graeme McDowell, Justin Rose, Ian Poulter e Martin Kaymer, todos vinham trabalhando para que Clarke fosse o capitão. Além disso, a Ryder Cup Europa, que organiza o evento junto com a PGA of America, é formada por membros do Tour Europeu (60%), PGA da Great Britain e Ireland (20%), e PGA of Europe (20%) e tem demonstrado ao longo dos anos sua predileção por capitães da Grã Bretanha e Irlanda.

Já a escolha provável de Davis Love III, ou DL3, como preferem os práticos americanos em tempos de Twitter, a ser confirmada na próxima semana, traria de volta o capitão derrotado em 2012, pela contagem mínima, quando o time europeu comandado por José Maria Olazabal virou, no domingo, um jogo que perdia por 10 a 4 e que ficou conhecido como o "Milagre de Medinah".

Fregueses - Desde que a Ryder Cup passou a ser disputada entre EUA e Europa, em 1979 (antes era contra a Grã Bretanha, de 1927 a 1971, e Grã Bretanha + Irlanda, de 1973 a 1977), apenas dois capitães foram repetidos: Jack Nicklaus, que venceu em 1983, no PGA National, e perdeu em 1987, no Muirfield Village, e Tom Watson, o último a ganhar em solo europeu, no The Belfry, em 1993, mas que foi derrotado no ano passado, em Gleneagles, e deixou o cargo sob pesadas críticas dos jogadores americanos.

Love, campeão do PGA Championship de 1997, não venceu em Medinah, mas saiu apoiado pela torcida e imprensa, que viram, incrédulos, a Eorpa virar jogo após jogo e Tiger Woods errar um putt no green do 18 e conceder o buraco para Francesco Molinari, que desta forma empatou o jogo e fez o meio ponto que faltava para consagrar a vitória europeia por 14,5 a 13,5 pontos. No começo do dia a Europa precisava vencer oito e empatar um dos 12 jogos individuais e foi o que fez, na maior virada da história da competição e que Olazabal dedicou à memória de Seve Ballesteros, maior herói europeu da Ryder Cup, que apesar de morto no ano anterior esteve presente nas roupas e no discurso do time da Europa.

Força Tarefa - Fred Couples amigo de Love, com quem fez uma dupla imbatível batizada de "Couples in Love", também vinha sendo apontado como o possível capitão da equipe, cargo que nunca exerceu antes. Mas a "Força Tarefa" criada pelos EUA depois da acachapante derrota em Gleneagles por 16,5 a 11,5, em 2014, não apostou na capacidade de liderança do jogar. Love é um dos integrantes da "Força Tarefa" americana, que reúne 11 membros entre os dirigentes do PGA of América, ex-capitães e ex-jogadores e que vem revisando todo o processo da Ryder Cup, tentando reverter a imensa vantagem europeia nas últimas três décadas, quando os EUA só venceram quatro de 15 confrontos, sendo dois pela contagem mínima.

A "Força Tarefa" americana é comandada Derek Sprague e Pete Bevacqua, vice-presidente e executivo-chefe do PGA of America, e tem como membros os ex-capitães Raymond Floyd, Tom Lehman e Love; os ex-jogadores Rickie Fowler, Jim Furyk, Phil Mickelson, Steve Stricker e Tiger Woods; e Paul Levy, secretário do PGA of America.

Fonte: O Portal de Golfe Brasileiro