Nota de Esclarecimento

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Nota de Esclarecimento

É política institucional da CBG respeitar a democracia em todos os seus desdobramentos, incluindo manifestações da imprensa que destoem dos objetivos considerados corretos pela instituição. O debate civilizado é sempre salutar.

Porém, há situações em que o inalienável direito de expressão é colocado à serviço de uma visão fantasiosa que não tem ligação com a realidade, prestando, assim, um serviço nefasto ao golfe brasileiro, uma vez que incita as pessoas a fazerem julgamentos injustos e a agirem de modo equivocado.

Infelizmente, essa nota de esclarecimento se faz necessária devido à recorrência no site Golfe.esp.br (Portal Brasileiro do Golfe) de textos pseudo-jornalísticos - por terem como objetivo declarado distorcer e desvalorizar o amplo trabalho desenvolvido pela CBG.

O último alvo do site foi o treinador inglês Shaun Case, contratado da CBG, e as atletas brasileiras Luciane Lee, Luiza Altmann e Clara Teixeira, por conta de suas participações no Campeonato Mundial Amador Feminino de Golfe por Equipes, realizado no Japão nesse mês de setembro.

O cerne da matéria, intitulada "Meninas se rebelam contra coach e fazem melhor volta do Mundial" (publicada em 06 de setembro e assinada pelo jornalista Ricardo Fonseca), foi a suposta "rebelião" das jogadoras pela forma como os treinos estavam sendo conduzidos pelo renomado coach inglês.
Ocorre que as divergências durante o Mundial em nada foram diferentes daquelas que acontecem em toda equipe de trabalho que busca, com alegria e determinação, atingir o mais alto rendimento possível. Não foi nada mais do que isso, como se comprova pelas declarações por escrito das três jogadoras:

Clara Teixeira - "Shaun tem trabalhado muito duro para desenvolver o golfe amador no Brasil a médio e longo prazo. Devido às varias limitações que temos no Brasil, todos sabemos que não é um trabalho nada fácil. Como todo time, em qualquer esporte, em qualquer país, já tivemos alguns conflitos, mas nada que envolvesse o desejo de desligá-lo da equipe. Nós conversamos e nos entendemos, e no final eu acredito que o Shaun tem trazido muito mais benefícios do que prejuízos ao golfe brasileiro. Devido a ele, tive a oportunidade de melhorar meu jogo usando o programa de estatística GDL, e entrar em vários torneios internacionais da elite do golfe amador. Eu acho que é difícil ver as mudanças tão cedo para quem observa de fora, mas acho que o trabalho do coach atual já está produzindo muitos frutos positivos";

Luciane Lee - "Através desse torneio no Japão, eu consegui ter uma visão mais ampla em termos de golfe mundial, e traçar meu plano para a minha carreira. E apesar de algumas diferenças entre o Shaun e nós jogadoras, eu devo elogiar o esforço e dedicação que ele deu para melhorar o nível do nosso jogo e do golfe brasileiro. Os conhecimentos que o Shaun nos transmitiu sobre golfe foi muito útil, principalmente as estatísticas sobre o meu jogo comparando com as das melhores do mundo. Isso fez com que eu pudesse ter uma estratégia melhor sobre o meu jogo. Durante a semana tivemos um conflito com o Shaun, mas no final nós descobrimos que ele não tinha má intenção, mas queria, sim, extrair mais o nosso potencial. Toda essa experiência me deixou mais madura, e o meu jogo mais consistente. Foi um privilegio ter jogado nesse evento, com um time unido, e com uma equipe cheia de apoio. Eu pretendo usar esse conhecimento que eu adquiri essa semana com o Shaun nos meus próximos estágios do Q-school. Espero que essa resposta ajude a esclarecer a minha posição sobre essa situação";

Luiza Altmann - "Há alguns aspectos em que discordo dele, mas nada que não possa ser facilmente resolvido";



Transformar uma situação natural de ajustes de opinião, e de exercício democrático, em uma suposta "rebelião" contra um treinador, e ainda mais um treinador com o nível internacional e a ampla experiência de Shaun Case, só é possível a partir de um imenso exercício de fantasia e má-fé que a Confederação Brasileira de Golfe não pode tolerar.

A matéria também dá a entender que as fontes foram as três jogadoras. Porém, as três afirmaram à CBG que não tiveram nenhum tipo de contato com a Golfe.esp.br para tratar do tema. Mais adiante, o site muda a estratégia e usa a expressão "segundo fontes ouvidas", sem no entanto dizer quais seriam essas supostas fontes.

A matéria ainda afirma que foi solicitada pelas atletas uma reunião para gerenciar a suposta crise, mas a verdade é que a situação, as intenções e o clima da reunião foram bem diferentes. A pauta principal foi a discussão de detalhes sobre o jogo do dia seguinte; e na reunião não estavam presentes o treinador e nem Clara Teixeira, mas apenas Luciane, Luiza e o capitão da equipe, Paulo Cezar Pacheco. De fato, a ocasião também serviu para dirimir dúvidas sobre a forma de cobrança de resultados por parte do treinador, ocasião em que ficou esclarecido que tudo se devia às características da cultura inglesa do treinador, habituado a sempre ser direto em suas colocações e externar claramente suas conclusões;

Registre-se, ainda, que as atletas em questão, pela boa educação familiar e escolar que tiveram, pela boa índole que possuem, pelo comportamento altamente respeitável que sempre tiveram, não se encaixam de modo algum no relato fantasioso, cheio de agressividade e discórdia que surge disfarçado de jornalismo na matéria publicada no site Golfe.esp.br Inclusive, ao fim do mesmo dia no qual teria havido a suposta "rebelião", treinador, capitão e jogadoras saíram para jantar juntos, em um perfeito clima de harmonia.

Lamentamos o fato de o golfe brasileiro ser alvo de tantas e sistemáticas distorções e inverdades, ainda mais partindo de um veículo de comunicação especializado em golfe, o qual deveria zelar pela lisura das informações e por um sincero interesse na construção de um novo e mais forte golfe nacional.

Diretoria Confederação Brasileira de Golfe
São Paulo, 09 de setembro de 2014

CBG
golfe@cbg.com.br

Fonte: Confederação Brasileira de Golfe