Mercado: sem Tiger, The Players tem pior audiência na TV em 15 anos

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No começo de abril, a Pilson Communications, empresa de consultoria especializada em mídia e marketing esportivo na televisão, previu que a ausência de Tiger Woods, por três meses, a partir do Masters, custaria US$ 15 bilhões ao mercado, com maior impacto na televisão. Isso acontece porque, mesmo sem Tiger, o público que gosta de golfe continua a consumir revistas especializadas no esporte e a acompanhar seus sites prediletos, quase com a mesma intensidade, mas o público que só vê golfe por causa de Tiger e que pode aumentar em até 50% a audiência de um torneio na TV, acaba mudando de canal quando ele não está presente. É o mesmo que acontece com quem só acompanha futebol em finais de campeonatos ou Copa do Mundo, ou só fica horas vendo tênis quando Rafael Nadal e Roger Federer estão em quadra.

Prova de que a empresa de Neal Pilson, ex-presidente da CBS Sports, estava certa em suas previsões aconteceu no último domingo, quando a vitória de Martin Kaymer no The Players Championship, mesmo com Jordan Spieth, o mais novo talento americano, de 20 anos, podendo fazer história no TPC Sawgrass, caiu de 5,7 para 2,6 no final do dia, 54% a menos do que em 2003, quando Tiger Woods superou Sergio Garcia para conquistar o segundo dos cinco títulos que abraçaria em 2013. Em relação a 2012 (3,4) a queda foi de 24%. O índice de 2.6 é o pior do The Players nos últimos 15 anos em qualquer dia, igualando os alcançados em 2005 na segunda e terceira rodadas, quando os jogadores no topo do placar eram Luke Donald, Tom Lehman, Scott Verplank e Joe Durant, e o título ficou para Fred Funk.

Agravantes - Pilson lembra que a queda de 54% não se deve apenas à ausência de Tiger. A interrupção do jogo por 90 minutos, a uma hora do final, por causa do tempo ruim, fez muita gente mudar de canal e nem voltar acreditando que a decisão ficaria para o dia seguinte. O desastre de Spieth na segunda metade do campo, afastou também aqueles que só torcem pelos americanos. Além disso, Phil Mickelson também não estava lá para motivar o torcedor do Tio Sam.

Para a Pilson Communications, sem esses agravantes, os números reais da queda de ausência na TV pela ausência de Tiger Woods podem ser bem menores do que 54%, algo como o que se viu em 2013, com queda de 24%, aproximadamente. Mas ele acredita que em ausências mais longas de Tiger, parte de público se acostuma a torcer por outros e acaba voltando ao golfe na TV. Tudo depende do espetáculo e talvez de Spieth atrair de volta os fanáticos americanos.

Impacto diferente - Outra observação importante é que sem Tiger há queda também na venda de ingressos para os torneios de golfe do PGA Tour e até dos preços do mercado paralelo, como se viu no Masters. Os maiores prejudicados com a audiência menor na TV são os patrocinadores não ligados diretamente ao mercado de golfe, que entraram nos intervalos comerciais, pois perdem essa audiência extra. Para os demais, que vendem roupas, tacos, bolas e imóveis em campos de golfe, por exemplo, o reflexo é bem menor, pois o público extra que Tiger atrai não consome esses produtos.

Fonte: golfe.esp.br - O Portal Brasileiro do Golfe