Golfe é alvo para demagogia


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O golfe no Brasil é estigmatizado. Basicamente por preconceito. A falta de educação e conhecimento é caldo de cultivo para o crescimento de preconceitos, fobias e outros desvios sociais e isso significa maior perigo em momentos políticos como o atual.

O golfe tachado de esporte apenas de ricos é alvo fácil para demagogos e populistas, como mostram exemplos históricos em outros países latinoamericanos, como Venezuela, Cuba e Argentina aonde até campos chegaram a serem desapropriados em nome da justiça social. Provou-se serem decisões erradas. O golfe ensina respeito à Natureza, destaca a integridade e educação. É solidário e ativo no social. Isso não tem valor quando o sistema político deve encontrar soluções de impacto para acalmar a maioria.

Vivemos esse momento no Brasil. No meu trabalho profissional em Brasília dias atrás tive duas evidências que o golfe enfrenta alguns riscos no cenário atual. Um assessor de um influente deputado que investiga os investimentos públicos na Copa do Mundo 2014 e os Jogos Olímpicos 2016 me indagou sobre o campo olímpico da Barra da Tijuca.

Respondi que estava a favor. Que Rio, por ser a principal porta de entrada do turismo internacional carecia de um campo aberto a visitantes, porque os dois existentes, Gâvea e Itanhangá, são clubes privados. Que o campo recuperaria uma área ambiental degradada e que ficará aberto ao público. Que a sua construção é realizada sem recursos do Estado.

O assessor insistiu sobre as contrapartidas de modificação de gabaritos edilícios. Respondi que isso é com a Prefeitura e Câmara Legislativa do Rio porque pouco ou nada sei a respeito. Perguntou sobre as renúncias fiscais para o esporte. Disse que não dominava o assunto. Que eram perguntas para dirigir às instituições formais do golfe, empresas de eventos ou servidores do próprio governo. O assessor certamente seguirá buscando outras fontes. Preconceito é também sinal dos tempos.

Também nos gabinetes de Brasília circula um documento preparado por um grupo de ativistas políticos onde os grandes vilãos do desperdício de dinheiro público nos grandes eventos esportivos: Estádios de Brasília, Rio, Manaus e Cuiabá. Nesse documento o golfe também aparece como mais um vilão por invadir uma reserva natural para permitir golfe para poucos no Rio de Janeiro.

Os golfistas devem ficar ainda mais ligados neste fluído processo reivindicatório com maioria de reivindicações justas e algumas demagógicas setoriais. Eu continuarei à ordem se algum dirigente do golfe achar que posso contribuir em defesa do esporte perto dos gabinetes das decisões nacionais. Cada um deve refletir e agir em defesa do golfe.

Pela preconceituosa percepção no Brasil, o golfe pode ser mais uma moeda de barganha em momentos de crise. Quando os processos políticos reivindicatórios se aprofundam, como na atualidade e como prova a História, os detentores do Poder entregam anéis para não perder as mãos. O golfe é um belo anel.

* Guillermo Piernes é palestrante, consultor e escritor. Autor de Liderança e Golfe – O Poder do Jogo na Vida Corporativa. www.guillermopiernes.com.br - piernes@golfempresas.com.br