A mutuca sobre o nobre cavalo


icone facebook icone twitter icone whatsapp icone telegram icone linkedin icone email

Vivemos um momento especial do golfe brasileiro com renúncia ou incentivo fiscal para grandes empresas e instituições em apoio dos grandes torneios, entendimentos e negociações políticas de impacto como os investimentos para os Jogos Olímpicos, circuitos internacionais nos campos brasileiros e também lutas pelo poder num esporte que ontem carecia de recursos básicos e hoje significa projeção.

Existe uma multiplicação de debates sobre green-fees, taxas, mensalidades, preço de inscrições, uso dos campos, meio ambiente, papel de dirigentes e federações, subsídios, efetividade de programas. Como contribuir na comunicação especializada para levar a informação mais cristalina e objetiva aos amantes do golfe, eis a questão.

A explosão dos blogs, das redes sociais também chegou ao golfe brasileiro. Perante essa avalanche de informações, frequentemente confusa ou parcial, insistimos na nossa proposta de privilegiar as informações relevantes como sinal de respeito ao tempo dos nossos leitores, de sermos seletivos. Reiteramos nossa abertura para divulgar opiniões e pontos de vista de leitores que acrescentem para o crescimento qualitativo do golfe.

Essa seletividade é praticada junto ao compromisso com o espírito do golfe, que nos conduz a agir com integridade em todas as ações deste esporte especial, sejam ligadas a torneios, obras, acordos, patrocínios com ou sem dinheiro público. O golfe é diferente e deve continuar um esporte diferenciado precisamente pelo seu apego a valores éticos e respeito em todas as ocasiões e nas suas diferentes dimensões.

No golfe o próprio jogador denuncia e aplica auto punições por quebra de regras. Já imaginaram um zagueiro de uma seleção de futebol chamar ao juiz para pedir um pênalti contra por ter empurrado um adversário na área sem ser visto? Definitivamente não.

Por isso, também buscaremos cumprir um pouco o papel da mosca grande mencionada por Sócrates: A mutuca que pica o nobre cavalo para que se mantenha acordado. Reconheço que é mais fácil e às vezes até lucrativo repetir ou entoar "...está tudo muito bem/...está tudo muito bom/...mas realmente...". Ainda assim prefiro a mutuca socrática mantendo alerta o nobre animal.

* Guillermo Piernes é palestrante, consultor e escritor. Autor de Liderança e Golfe – O Poder do Jogo na Vida Corporativa. www.guillermopiernes.com.br - piernes@golfempresas.com.br