Tradição e história não se compram


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Quando a tradição e a história são valorizadas os povos ficam mais fortes e solidários e no caso do nosso golfe são as bases de um futuro promissor.

Que parágrafo sério, pensei. Mas é isso mesmo. Povo sem memória repete os seus erros e no golfe fica a mercê dos vaivens dos caprichos de patrocinadores e na onda de um modismo passageiro.

Dias atrás participamos do Pro Am do sexagésimo Torneio Aberto do Santos São Vicente Golf Club. Fiquei emocionado em vez o esforço desse clube pequeno em valorizar a sua tradição e história. São dois tesouros que não se compram nem se alugam. Sessenta edições de um Aberto são muitas. Representam o esforço de várias gerações em lidar com a complexidade de um evento. Quase um poema de amor ao esporte.

Confesso que sempre fico emocionado perante as iniciativas de valorizar a história e tradição. Por isso bato palmas para o Damha Golf Club ao dar o nome da taça principal da competição interna ao grande Ricardo Rossi, que alem de ter sido um dos maiores jogadores amadores da história, construiu belos campos e foi de decisiva importância no crescimento técnico do São Paulo Golf Club e do Terras de São José Golfe Clube. Temos muitos exemplos, de Rio Grande do Sul a Rio de Janeiro, de Paraná a Pará.

Bato palmas para os dirigentes do Clube de Golfe de Brasília para resgatar para o Governo Federal e o povo do Distrito Federal a figura de genial arquiteto inglês Robert Trent Jones, que fez o projeto no Cerrado quando Brasília ainda engatinhava como cidade. Existem muitos exemplos.

Com Fernando Moura, jogador do São Fernando e ex Diretor do Banco Real e do Banco Alfa e patrocinador de muitos torneios no país, lembrávamos dias atrás da edição 12 do Aberto de Brasília. Fazem 18 anos, alguns membros da Diretoria queriam acabar com o Aberto de Brasília porque significava despesas para o clube. Como membro dessa diretoria assumi com a minha pequena consultora a organização e todos os gastos do Aberto por três anos para garantir a continuidade.

Após gestões de última hora com Moura, o Banco Real entrou como patrocinador e evitou a previsível falência da minha Champagnat Consultoria que eu estava disposto a imolar em nome da história e da tradição. A revista Caras dedicou quatro páginas a esse campeonato, onde o jovem amador paulista chamado Alexandre Rocha venceu.

Hoje o Aberto ingressou no calendário oficial de Brasília e vai para a sua trigésima edição. Rocha esta no PGA Tour. Eu continuo escrevendo sobre lutas para preservar a tradição e a história certo que são os pilares de futuro melhor.

Guillermo Piernes é palestrante, consultor e escritor. www.guillermopiernes.com.br, piernes@golfempresas.com.br