O espelho mágico


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O relacionamento proporcionado pelo golfe é intenso e prazeroso. Conseguimos enxergar nos companheiros de jogo virtudes e defeitos que podem ser nossos e determinar qual a resposta dos parceiros em situações de crises.
O golfe valoriza a ética sobre o resultado e por isso a possibilidade de um campeão do esporte estar longe desse valor é remota. Um jogador de golfe denuncia a si próprio se a bola mexeu quando estava no meio do mato sem testemunhas e se penaliza com uma tacada que pode significar a perda do jogo. A consciência do jogador é o seu próprio juiz. Esporte esquisito esse de fazer prevalecer à ética perante qualquer outro valor, pensam alguns ou muitos. O golfe não é para todos.
Imagine um defensor da seleção brasileira exigir ao juiz que valide o gol marcado pela Itália aos três minutos de jogo no lotado estádio de Manchester porque não existiu o impedimento. Ou um zagueiro de Boca Juniors pedir ao árbitro que marque penalty contra o seu time porque tocou a bola com a mão dentro da área em pleno estádio da Bombonera numa final da Taça Libertadores? Os exemplos esportivos podem ser vários.

No terreno corporativo seria o presidente de um grande banco hipotecário americano ter publicado um ano atrás um anuncio alertando que a instituição estava praticando ações incompatíveis com padrões de seriedade e profissionalismo mínimos para uma instituição desse porte e que devolvia seus bônus. Outros exemplos certamente existem.
Por isso o golfe fascina. Os homens vencem os demônios durante a partida no campo. Alguns sucumbem e entram na lista negra do golfe. A maioria simples mortais que driblam a sua consciência dentro de um campo de golfe, para alguns um santuário.

Essa é uma razão para que surjam negócios no mundo do golfe. Empresários ou executivos passam a confiar ou não em outras pessoas ao conhecer as suas reações perante as tentações. Sabem quais as respostas do parceiro de jogo perante os momentos críticos, que certamente encontra no dia a dia do mundo empresarial.

Recentemente pronunciei uma palestra de introdução corporativa ao golfe para 120 diretores e gestores de um grande grupo bancário mundial (mais informações no portal www.golfempresas.com.br). Além do fascínio de ver a bola responder ocasionalmente aos seus mandos, boa parte ficou encantada em descobrir que participavam em algo mais do que um jogo ou de um esporte útil para relacionamentos e contatos. O golfe é um espelho multi-dimensional.

Para a agenda dos iniciados: Ótimo o Pro Am da Lógica para celebrar os dois anos do Visa Verde. Pro-Am na Sexta-feira 11 no Aruja para apoiar o profissional Fabiano dos Santos que jogará no Japão. Também na Sexta-feira o V torneio beneficente Help BEM Golden Cross no Guarapiranga.

*Consultor, palestrante e escritor. Autor de Liderança e Golfe. Colunista da Gazeta Mercantil e colaborador das revistas Golf Digest e Elite. piernes@yahoo.com