Os golpes dos sub-prime


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Patrocínios cancelados, torneios adiados, campos a meia maquina foram os golpes que a crise iniciada nos papeis sub-prime dos Estados Unidos também aplicou no mundo do golfe, ainda com limitados reflexos no Brasil, onde boas iniciativas impulsionam o desenvolvimento do esporte.

Tiger Woods, o maior golfista da atualidade era a imagem da Buick perante o público de golfe. O patrocínio de U$10 milhões anuais foi cancelado devido a que a General Motors, detentora da marca, está a beira da falência.

Outras montadoras em sérias dificuldades financeiras como a Ford e a Chrysler dificilmente manterão o nível de patrocínios, comentaram executivos de outras montadoras. A Volvo, ligada a Ford, abandonou o Volvo Masters, um evento marco ao longo dos anos.

Tiger dificilmente sentirá tanto porque está perto de atingir U$1 bilhão de dólares em conceitos de patrocínios e prêmios durante uma década de carreira de incomparável sucesso. Outros sim sentem como a Índia, que teve seu tradicional Masters cancelado para o ano próximo. Foi uma mistura de dificuldades para obter patrocínios para o torneio, assim como os temores pela segurança depois dos atentados em Bombai.

Mission Hill, uma rede de 12 campos formidáveis na China, anunciou um corte de funcionários. Os campos, foram obras de arquitetos famosos como Greg Norman, Annika Sorestam, David Duval, José Maria Olazabal, Jack Nicklaus, Ernie Els, Vijay Sing, Jimbo Ozaki, Nick Faldo e Jack Nicklaus. Os campos se distribuem entre as cidades chinesas de Shenzhen e Donguan porem os grandes clientes são jogadores do Japão, Coréia e Austrália.

Cadeias americanas de resorts com campos de golfe anunciaram grandes descontos para seus campos nos Estados Unidos e México, para atrair golfistas em tempos conturbados. Mais informações no portal www.golfnegocios.com

No Brasil, os patrocínios sempre foram modestos para o golfe e muito mais dirigidos ao marketing de relacionamento das empresas que ao próprio marketing esportivo. Vários especialistas concordam que o impacto deve ser limitado porem deve obrigar aos gestores dos campos a reconsiderar o preço dos greens fees ou preço do ingresso para jogar operando com maior flexibilidade do que até hoje.

Entre as boas iniciativas em marcha está o Champions Golf Tour, que até sábado realiza no Clube de Campo a sua quinta e última etapa do ano. Organizado pela Golf4All, o circuito profissional conta com o patrocínio da Vivo, Mercedes-Benz e Samsung.

O Champions Golf Tour distribuiu em 2008 um total de R$500 mil em prêmios. “Esperamos contar com apoio corporativo não somente para manter mas para fazer crescer o Champions Golf Tour”, disse o empresário Werner Bretthauer, presidente da empresa organizadora.
Campos comerciais como Damha, em São Carlos, e Belém Novo, em Porto Alegre, mostraram que com criatividade e prática de padrões de qualidade pode ser obtido um excelente retorno, seja para a operação do campo como para a divulgação dos condomínios entre um público segmentado.

Outro bom exemplo entre os condomínios é o das Quinta das Lagoas Residence, no Litoral Norte de Salvador. O condomínio, a 12 minutos dos campos dos resorts baianos Costa do Sauipe e Iberostar, foi lançado como opção para viver num paraíso tropical, com qualidade de vida, em dois quartos e a preços razoáveis.

Nos tempos pós-sub-prime os especialistas consideram que as empresas, campos, clubes e promotores ligados ao golfe com aspirações de maiores vôos deverão investir mais em mídia segmentada e com total profissionalismo para que cada real aplicado tenha o seu efeito potencializado. Como no jogo competitivo, os campeões sobressaem quando a maioria prefere jogar na retranca.

*Consultor, palestrante e escritor. Colaborador de Golf Digest e Elite Magazine. www.golfnegocios.com, piernes@yahoo.com